Tenho andado a ouvir muito esse género de música e não consigo compreender o estigma que leva. Ok, se calhar dentro dos EUA a música seja associada a labregos do Sul rural, mas fora desse preconceituoso país, só pensa assim quem está toldado pela televisão.
O Country vai desde as lamentações românticas de Conway Twitty, que o faz muito bem, até ao ritmo frenético e bluesy do supremo e intemporal líder de toda a música Country: o falecido Johnny Cash.
E aí entra o meu sub-género favorito, o Outlaw Country. Cash, Willie Nelson, Hank Williams Jr e Kris Kristofersson (podem lembrar-se dele como Whistler do filme Blade) são quem eu considero os génios. Falam de mulheres, amantes, música, cavalos, tiroteios, mortes, traição e lutas sangrentas em salões de póquer.
O que eu gosto mesmo nestes tipos é que, para além de fazerem boa música, diziam o que lhes apetecia sem nunca pedirem desculpa. Lembro-me de uma vez, quando Eminem estava para ser condenado por dizer no álbum que queria matar a mulher, Bono veio em sua defesa, dizendo:
He created a character and was sing the characters feelings, just as an actor would act or a writer write. Johnny Cash once said "I shot a man in Reno, just to watch him die" and no one got alarmed when he did.
Isto porque normalmente, escaramuças com estas réstias do Velho Oeste, acabavam em tiroteios de espingarda nos ranchos isolados do Texas e arredores.
Mas hoje em dia, isso mudou. Country são baladas ridículas sobrepostas a um ritmo sintético e um homem vestido de lantejoulas a rimar love com dove e a dizer America de dez em dez segundos. Talvez venha daí o preconceito.
Em suma, fora com o Garth Brooks e venham daí os velhotes!
1 comentário:
juro que quando comecei a ler isto comecei a cantarolar "I shot a man in Reno, just to watch him die"...
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