Em 1998 eu jogava Playstation e via MTV. Hoje a Playstation vai na terceira versão, o Gran Turismo tornou-se complicado demais, até para o Pedro Lamy, o FIFA foi substituído pelo PES e eu nunca me habituei às teclas e jogabilidade; e a MTV passou a ser eMpTy V, como cantava o poeta.
No entanto há coisas de 1998 que me foram acompanhando nos últimos 11 anos. Destaco aqui os álbuns desse ano que ainda duram.
Americana (The Offspring)
Americana marcou o ponto de viragem em que todos os álbuns de Offspring passaram a ser remakes e reprises do Americana. Sinal de que era bom. Punk Rock para as massas que eu ouvi até gastar o CD.
Devil without a cause (Kid Rock)
Um album genial. Especialmente "Cowboy" e "Only God knows why", que conta com uma utilização criativa do AutoTune (afinador de voz). Kid Rock com toda a atitude que faz dele Kid Rock. Considerado o 68º melhor album de sempre pelo Rock and Roll Hall of Fame.
Follow the leader (Korn)
Nu metal para revisitar de vez em quando. "Freak on a leash" e "Got the life" eram especialmente interessantes. Os Korn ainda haviam de fazer mais música interessante antes de se deixarem desvanecer no nevoeiro do tempo.
Garage, Inc (Metallica)
Uma colecção de covers gravada por uma banda de encher estádios. Depois de uma tour infinita de suporte aos duplo-album-que-nunca-chegou-a-ser Load e ReLoad a "maior banda de garagem do mundo", escrevia uma revista da altura, lança um albúm de covers (continuando em digressão) e faz acompanhar o novo CD de mais um disco com dois EPs há muito desaparecidos de circulação.
Inquisition Symphony (Apocalyptica)
Afinal era mais do que quatro maluquinhos a tocar Metallica com violoncelos do século XIX! O começo do corte do cordão umbilical: o quarteto de cordas foi-nos dando cada vez menos Metallica, ganhando personalidade e perdendo o impacto inicial.
Liquid Tension Experiment (LTE)
Um festival de música instrumental de qualidade inatingível. Para encantar os leigos e desanimar os músicos... De qualquer forma um excelente álbum. Receita: ouvir com o segundo album de LTE logo de seguida.
Mechanical Animals (Marylin Manson)
Era um gajo estranho com música estranha e estava no apogeu da sua carreira. Contavam-se todo o tipo de mitos e lendas sobre ele. A tour de suporte a este álbum veio a dar num "live" que é talvez a melhor publicação de MM.
Once in a LIVEtime (Dream Theater)
O primeiro "live" de DT com duração de concerto. Nem faltavam os solos de guitarra, teclas e bateria... Tem erros, tem um som razoável mas acima de tudo sem autenticidade. No vídeo vê-se um palco com luzes que parecem tiradas de um concerto de Emanuel de 1998. Isto era tudo antes dos DT lançarem um álbum por ano e para cada álbum um outro "live".
Ray of Light (Madonna)
Madonna num campo novo. Menos dança, menos disco, e muito ambiente, som espacial, etéreo. Uma produção impecável e uma experiência arriscada para uma marca que vendia tão bem.
14 comentários:
Eu nessa altura tinha medo do Marylin Manson.
Como os tempos mudam =P
Eu continuo a ter medo do Marylin Manson... muito medo mesmo.
E em relação aos KoRn, diria que não são para visitar quanto mais para "revisitar" de vez em quando. No crap metal for me, thanks.
Acho que destes todos me fico pela maioria dos covers do Garage Inc.!
eu continuo a ter medo do marylin mason...
quem é q tb acha que madonna não tem nada a ver com o resto?
eu tenho medo da madonna...
e estou aqui para representar os Offspring claramente!!!
"Welcome. To. Ameri. Cana."
Grande,grande, GRANDE álbum
ah e ps: Kid Rock quando ainda rockava!
Grande,grande, grande, GRANDE álbum
OFFSPRING!!!! ainda visito esse álbum com regularidade =D
eu tenho medo da madonna E do manson
BTW, eu não tenho medo da Madonna, e até acho que este Ray of Light é de facto um álbum bastante interessante. Normalmente sou inclinado a aceitar bastante melhor discos de ruptura com o passado do artista em questão e este é claramente um deles. BTW, obrigado ao Pedro por me ter mostrado este disco há uns anos atrás.
Já agora, os meus discos de 1998 foram mais ou menos estes:
Godspeed You! Black Emperor - F#A#oo (o meu primeiro contacto com o lamentavelmente designado post-rock, um enorme disco destes Canadianos que deixaram saudades)
Massive Attack - Mezzanine (aquele que continua para mim a ser a obra-prima destes tipos, embora quando se fale de Bristol os Portishead continuem a ser a minha menina dos olhos)
Death - The Sound of Perseverance (death metal técnico de escolinha, a obra prima da segunda e infelizmente última parte da carreira dos pais do Death Metal)
Opeth - My Arms, Your Hearse (talvez o álbum mais overlooked destes suecos, mas tem o raio da Demon of the Fall que é uma obra-prima)
Manic Street Preachers - This Is My Truth Tell Me Yours (os Manics são um dos meus guilty pleasures...)
E sei que há muito boa gente que não se há-de esquecer de:
Boards of Canada - Music Has The Right to Children
Pulp - This is Hardcore
Mercury Rev - Deserter's Songs
Turbonegro - Apocalypse Dudes
Belle and Sebastian - The Boy With The Arab Strap
Já agora e para picar o Pedro e o Xico, não só acho que o ponto de viragem dos Offspring foi o "Ixnay on the Hombre" e não o "Americana" como acho que essa viragem foi uma infelicidade não obstante alguns excelentes temas nesta fase mais recente. É com pesar que não vislumbro em mim o mínimo interesse em ouvir o último "Rise and Fall..." apesar de ter todos os outros álbums, originais, na minha estante. Coisas da vida...
Só mais uma coisa... ainda sobre os Offspring. O problema nestas viragens para o mais acessível que algumas bandas fazem não é propriamente o output dessas fases: é a comparação com a era anterior. Eu até não desgosto do Americana, do Conspiracy of One, do Splinter... mas se pensar logo a seguir num The Offspring, num Smash ou sobretudo num Ignition... é que não há comparação possível!
O mesmo acontece com os Green Day, que frequentemente são mencionados no mesmo sítio que os Offspring. Eu ouvi o American Idiot muitas vezes, algumas o Warning, etc... mas pensar num Dookie, num Insomniac, num Kerplunk ou Smoothed Out Slappy Hours.. é outra cena, outra sinceridade!
Mas viva o progresso. Enquanto houver bandas que continuem a aparecer para recuperar o lugar das que tomaram outras opções, tasse bem.
não posso acreditar! desta biblia de comentário que nos trouxe prla, só li apenas GY!BE - F#A#oo, Belle & Sebastian - The boy with the arab strap.
será que dentro desse metaleiro doom, dorme um indie? (especialmente com o GY!BE) hahah
Godspeed you black Emperor,
Chico
(ps: querias espicaçar-me, eu respondo :P)
pps: a definição de post-rock para Godspeed tá absurda, concordo. De post rock n tem nada. Tens de ouvir A Silver Mt. Zion e A Hawk and a Hacksaw. Ambos muito bons nessa onda
Dentro deste metaleiro doom, há uma grande abertura de espiríto e um apetite voraz por Boa Música(tm). :)
Além disso, o metaleiro doom, antes de ser metaleiro doom, já passou pelas coisas típicas da malta da sua idade neste contexto socio-cultural... Offspring, Green Day, Bad Religion, Nirvana e todo o grunge, etc etc, até que se descobriu o indie e se ouviu intensamente Flaming Lips, Pavement e mais cerca de dois milhões e trezentas mil bandas muito parecidas com estas duas, até descobrir então o metal com todas as suas ramificações mais, ou menos, obscuras.
I could go on. ;)
Eu não me estava a referir ao facto de se dizer que GY!BE é post-rock, mas sim à etiqueta em geral.
O meu problema com a etiqueta "post-rock" (e já agora com a post-metal, post-punk, etc...) é, além do meu problema com _qualquer_ etiqueta, o facto de não me fazer sentido. Não é descritivo.
O Pedro está de certeza deserto para mandar aí umas filosofias sobre "post-qqcoisa" e a blasfémia que isso lhe parece. ;)
Ah, e conheço ambas as bandas que falas, não em profundidade mas o suficiente para saber bem do que se trata. Os Hawk and a Hacksaw abriram Portishead há pouco tempo cá em Portugal - e andaram em tour com eles - e são um excelente projecto. Os ASMZ estiveram na Zé dos Bois há uns meses e não fui porque sinceramente não estava para ali virado: também são algo fantástico e um descedente digno dos GY!BE.
pós só fazem é mal.
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