Noite do peso na Moita, ponto fulcral da "cena metal" da margem Sul e com o pretexto de apresentarem o seu primeiro álbum, "Confrontation of Souls", os Switchtense - banda da terra - deram mais um concerto de metal porrada para mais tarde relembrar, até porque houve muito metal e imensa porrada.
A noite devia ter sido aberta pelos Seven Stitches, mas uma lesão de última hora impediu a banda de dar o seu contributo, pelo que foram os nortenhos Revolution Within a dar início às hostilidades. Vindos de São João da Madeira, tocaram um death metal melódico bastante standard, ainda que bem tocado. Os moshers habituais não se fizeram rogados e ainda a primeira faixa ia a meio, já o arraial de pancadaria à frente do palco era bem notório. O que vale é que eles são todos amigos e ninguém se aleijou. A tarefa da banda era ingrata, pelo menos do ponto de vista de animar o público, já que a festa não era deles mas a perserverança, a humildade em palco e uma setlist curta mas bem construída valeu-lhes a boa imagem que deixaram, especialmente com as últimas duas canções particularmente devastadoras, bem thrashadas e com riffs memoráveis.
Concluída a primeira prestação, foi tempo dos Switchtense tomarem de assalto o palco do InLive e encetarem a destruição. Como seria de esperar, apresentar um álbum é tocá-lo seguidinho e foi isso que a banda da Moita fez e bem. Se o EP "Brainwash Show" sofre de ter um bateria programada e em geral uma produção menos boa, esses são problemas que ficaram resolvidos com a formação actual que mostra uma coesão muito interessante, seja no entendimento perfeito entre as duas guitarras, seja numa secção rítmica de betão ou na intensidade da voz, mesmo quando já quase não há mais para dar. Os Switchtense demonstram, aliás, neste momento ter já aquela aura própria de bandas mais experientes e tecnicamente evoluídas, pelo bom som que debitam - isto muito graças ao seu técnico de som, tido pela própria banda como sendo o sexto elemento - mas sobretudo pela manutenção da humildade que os vem caracterizando.
"Confrontation of Souls" foi então tocado de fio a pavio e ficaram-me três registos com particular adrenalina e energia. "Into The Words of Chaos", "Second Life" e "State of Resignation" representam muito do que faz dos Switchtense uma referência neste tipo de som, com face melting riffs e refrões que puxam e de que maneira pelo povão. Quem não gosta, não gosta, mas quem gosta tem muito por onde gostar no que faz esta rapaziada.
O álbum é oficialmente lançado amanhã, dia 2, mas já tivemos oportunidade de o comprar neste concerto e inclusivamente tê-lo assinado por todos os elementos da banda, o que é sempre simpático, especialmente para um groupie desavergonhado como eu. O artwork é, diga-se de passagem, bastante bem conseguido e vale a pena, por diversos motivos, dar os 10 euros que este menino vale.
O que não vale mesmo a pena é resignarmo-nos apesar da constatação que o panorama musical neste país está pelas ruas da amargura. Eventos como o de ontem no InLive são parte da resposta que é preciso dar. O resto tem de partir de cada um de nós que gostamos disto.
2 comentários:
porque é que as mulheres só aparecerem nos últimos lugares no teu teste? :P
Bah!
seven stiches é muito bom, e switchtense também. já os vi ao vivo e deram grande espectáculo
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