sábado, 7 de fevereiro de 2009

Once Upon a Time in the....Western

Já quase tudo foi refeito no mundo do cinema.
Na minha humilde opinião, de todos os géneros reutilizados sob uma estética mais fresca e recente, só falta fazer o re-vamp do Western.

Gore Verbiski deu aos piratas um tom de rockeiro embriagado. Pacino, Ritchie e Tarantino deram um toque de astúcia sedutora e poder renascido aos gangsters.

Não que não tenham tentado reviver o Western: O Assassinato de Jesse James Pelo Cobarde Robert Ford, 3:10 To Yuma, e até certo ponto, No Country For Old Men. (para os mais atentos, também poderia ter dito Kill Bill mas isso é outra história)…

Então o que falhou, se é que alguma coisa falhou?
Falhou lembrarem-se que o avant-garde do Western aconteceu há 40 anos.

Sérgio Leone introduziu-nos os melhores. Os bêbedos. Os justiceiros. Os Bons, os Maus e os Vilões….
E ninguém conseguia dar aquele aspecto cool aos seus personagens melhor que Leone. Não, a mística não era de Eastwood. Vejam Bronson. Vejam Van Cleef, Wallach, melhor, Gian Maria Volontè

Todos estes homens criaram deuses no ecrã. Titãs de nomes disfarçados e criaturas cujos actos nos perseguem em sonhos o resto da vida, quer queiramos quer não.


Quem se pode esquecer de Henry Fonda em Aconteceu no Oeste? “Keep your lovin’ brother happy…”

Claro que tudo isto não seria metade do que na verdade é sem o majestoso ensemble de Ennio Morricone na banda sonora. 40 anos antes de se tornar moda, Ennio decide juntar rock e música clássica para dinamizar rivais, destacar sagas e enriquecer estéticas. De Navajo Joe a Harmonica

Não se conseguiu renovar o Western porque se está a observar o caso pelo prisma errado: Guy Ritchie sabia que os filmes de gangster já tinham dado a volta para o cool há duas/três décadas atrás. Por isso, trouxe o gangster até aos ciganos, russos irlandeses e cockneys.

Se o avant-garde foi há 4 décadas, então como renovar um estilo intemporal que já foi renovado?

A minha resposta: para os mais atentos, eu poderia ter dito Kill Bill, mas isso é outra história…

6 comentários:

Unknown disse...

No campo do Western, não devemos esquecer a visão do grande realizador Sam Peckinpah, que fez, por exemplo, o último e derradeiro western moderno "The Wild Bunch", grande influência para Tarantino (no campo estético e no uso da violência).

Francisco Maia disse...

Gosto muito de Sam Peckinpah. Mas penso que ele pertence a uma velha guarda Americana que não era o que estava a tentar retratar. Realmente, o Wild Bunch influenciou o Sr.T e muitos dos seus contemporâneos mas o meu objectivo inclinava-se mais para o "spaghetti".

Fátima disse...

Agora tens de contar a outra história!

Enolough disse...

Há quem tenha chamado de western espacial ao Star Wars mas falha aqui uma coisa...

Western tem de "acontecer no Oeste". Há um ambiente próprio que falta nas remisturas do estilo. Kill Bill é tão western como um filme de samurais do Kurosawa - tem personagens, percursos, temas semelhantes mas falta o ambiente do western na mesma.

Se chamarmos western a um filme pela via da narrativa e personagens então podemos chamar de epopeia ou de conto popular a quase tudo o que existe.

Mas agora fiquei intrigado com essa do Kill Bill.

Francisco Maia disse...

então já sei sobre que vai ser o meu proximo post ;)

prla1983 disse...

Posto isto, eu limito-me a dizer que o screenshot que escolheste para ilustrar o teu post é tão somente uma brilhante amostra do que é o cinema do Sergio Leone. Breathtaking.