Nestas alturas, prefiro ser parco em palavras e guardar o silêncio e agradecimento que estas pessoas merecem. Não tive o prazer de conhecer bem o trabalho do João Aguardela, esporadicamente ouvi Sitiados e A Naifa por exemplo, mas tenho um enorme respeito por todos aqueles que vivem a sua arte e nos tornam melhores através dela.
E como há sempre palavras de outros que dizem melhor do que eu alguma vez poderia dizer, aproveito para citar um parágrafo que resume muito do que sinto, via O Homem Que Sabia Demasiado:
Um país que venera siglas como CR7, figuras como Tony Carreira e quejandos, mas que ignora um músico que contribuiu para solidificar uma certa ideia de identidade musical portuguesa, não merece muito respeito.Sem tirar nem pôr.
Aquilo lá em cima é cada vez mais um paraíso musical...
3 comentários:
Conheci, muito brevemente, o João Aguardela. Hoje quando soube da notícia mandei logo uma mensagem ao amigo que estava comigo nesse momento. Ele ligou-me, espantado. Lembrámo-nos os dois de termos comentado como tinha mau aspecto. "Tem um bocado ar de drogado" - a sério que dissemos isto no carro. Hoje tive remorsos, afinal ele tinha um cancro...
Ter um cancro e ar de drogado não são mutuamente exclusivos.
A verdade é que se perde um daqueles tipos que luta para fazer mais bandas, mais projectos, nova música, sempre a batalhar, remar contra a maré, numa vida de marinheiro que acabou por dar cabo dele.
Mais do que um grande músico perdeu-se um grande lutador pela música. E tenho a impressão de que estes segundos são mais raros do que os primeiros, fazem-nos mais falta...
fiquei um bocado chocada com esta notícia...
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