terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Son of Rambow (2007)

Realizado Por: Garth Jennings.
Com: Neil Dudgeon, Bill Milner, Jessica Hynes.
IMDb

Estreou em Portugal no Festival de Cinema Independente de Lisboa'08, integrado no programa Indie Júnior, uma inovação do certame. Pelo seu horário de exibição, às 10h, não vi, na altura do festival, aquele que considerei uma das grandes apostas do evento. De facto, Son of Rambow acabou por receber o Prémio do Público Indie Júnior. É fácil perceber porquê.

Filho Rambow 

Na Grã-Bretanha dos anos 80, uma pequena comunidade de uma vila rural resistia à metamorfose da sociedade para os novos cânones da modernidade entre as paredes de uma igreja protestante, que proibia os seus crentes de ver televisão e classificava como pecaminosos todos os avanços da tecnologia. Para aquelas mulheres de lenço na cabeça e homens de olhar austero, que tiravam o relógio antes de cada cerimónia religiosa, o mundo cingia-se a Deus e nada mais que a Deus. Fechado naquela comunidade de género Amish, Will Proudfoot refugiava-se num caderno onde pintava histórias de heróis aventureiros inventados por si, e fazia correr ao cantinho da página personagens animados - o princípio do Cinema, dar movimento a imagens paradas. Mas Will não conhecia o Cinema.



Incentivado pelo rufia da escola, Lee Carter, Will conheceu o Cinema a partir de algumas cenas de um filme de Rambo. Will identificou imediatamente os heróis que desenhava no caderno com as aventuras do intrépido soldado norte-americano e concordou com Lee em ser o protagonista dos seus trash movies, inspirados na personagem de Sylvester Stallone.


É assim que começa uma verdadeira ode à amizade e ao Cinema como o imaginamos desde pequenos: uma aventura que apenas depende de uma câmara de filmar, actores destemidos e algumas engenhocas. Somos completamente contagiados pelo entusiasmo de Will e Lee, que estão decididos a ganhar um concurso para jovens cineastas. De facto, Garth Jennings não podia ter encontrado melhor forma de nos puxar para dentro do filme, já que a modesta vila que serve de cenário, as calças apertadas em baixo, o ar de punk dos anos 80 de Didier, um estudante francês, e o deslumbre pelo despontar da tecnologia são o espelho da nossa infância. Saímos do filme com vontade de ser crianças outra vez, de acreditar em tudo com a mesma ingenuidade e sede de devorar o mundo como outrora.

Veredicto: 7/10

2 comentários:

prla1983 disse...

Mas um daqueles que ando há meses e meses para ver. E a review ainda me aguça mais o apetite.

P.

i disse...

não vi o filme e o cartaz não me chamou a atenção, mas acabei de mudar de ideias. Estás a escrever cada vez melhor! Like a true professional!