Como chegou, foi-se: encantante.
Mayra Andrade nasceu em Havana mas cresceu no Senegal, Angola e na Alemanha. Aprendeu com os pais o que era soar a Cabo Verde e lá se deixou levar pelo encanto da Ilha do Fogo. Do Mindelo. Da Praia.
Jovem adulta, conquista a atenção de meio mundo ao ganhar os Jeux de la Francophonie e um Preis der Deutschen Schallplattenkritik. Tudo enquanto canta em crioulo. Foi o suficiente para abrir para Cesária Évora e fazer duetos com Lenine, Chico Buarque e Charles Aznavour.
O concerto foi como seria de esperar. A musa entra, divinal como sempre canta meio mundo de influências com a sua nova banda. Alguns são jovens e verdes. Nem por isso menos capazes. Os rapazolas mostram como a técnica embeleza a voz enquanto os sábios baterista e baixista coordenam estruturas e sonoridades. E depois havia um percussionista maluco.
Começou ameno. Depois ritmado. Depois intimo. Depois calmo. Depois quente. Depois frenético e depois acústico. Acabou corajosamente com um solo accapella de Mayra. Não se ouviu. Sentiu-se.
Foi tão agradavelmente único como cada acorde dissonantemente suspenso no fim de cada música. A mensagem: a morna vive e viverá sempre.
3 comentários:
Que inveja, que invejaa....
gostava mesmo de ter ido!
Dos melhores concerttos que vi ultimamente. Quente, variado, vibrante!!! Parabens Mayra Parabens UGURU
Enviar um comentário