terça-feira, 30 de junho de 2009

Elton John

Eu não sou (ou não tenho sido nos últimos tempos) pessoa de concertos; o Francisco não está em condições de ir a concerto algum, a Fátima gosta de ficar no silêncio e o Paulo vai a tantos concertos que até já tem vergonha de escrever aqui sobre todos...

Por isso a nossa convidada de ontem volta a escrever hoje sobre um concerto, desta feita sobre o tão esperado concerto de Sir Elton John em Portugal. "I guess that's why they call it the blues..."

Elton, já estás perdoado!

Da última vez que Sir Elton John pisou em solo português queixou-se de qualquer coisa como o fumo do casino e não foi de modos: deixou o público português a chuchar no dedo. Apesar da péssima imagem que passou, não terá sido suficiente para impedir que o Pavilhão Atlântico estivesse cheio domingo à noite.

Do Elton John "tiques de estrela" nada se viu. Simpático, carinhoso mesmo, recebeu Lisboa com belas e frenéticas pianadas blues. E baladas, ai, aquelas baladas.
Bem sei que todos vocês que me estão a ler não evitam um "Elton John, ca pirosada!". Mas estivessem lá e garanto, à terceira música já abanariam o corpinho para a esquerda e para a direita, a pensar como era bom encostar a cabeça no ombro do vosso amado/a. Elton John tem este efeito. Goodbye Yellow Brick Road, I Guess That's Why They Call It The Blues, Daniel, Rocket Man, Sorry Seems To Be The Hardest Word, Sacrifice, Candle In The Wind são eternas e todos nos lembramos delas. São amores passados ou presentes, desgostos ou paixões assolapadas, são cenas de filmes românticas. A coisa ficou feia quando dedicou Don't Let The Sun Go Down On Me a Cristiano Ronaldo (what the fuck... não andava a dedicar esta ao Michael Jackson?), mas redimiu-se ao dedicar Your Song "to each and everyone of you". Elton John é assim: um cliché que funciona.

Baladas à parte é importante referir que com 62 mantém a voz de sempre. Potente. Sim, este senhor já anda a tocar há 40 anos, não é brincadeira. O look é cool, camisa rosa, óculos de sol a condizer, e casaco de cauda onde se lia 'mágico da música'. Excêntrico como se quer. Enfureceu ao piano e no final já todos dançavam. Crocodile Rock pôs o público em altas cantorias provando que o Sir também sabe fazer a festa.

[por i]

8 comentários:

Fátima disse...

A Fátima é uma eremita que está sempre em retiro espiritual... junto com as suas BDs =) haha

bom artigo, i! do concerto dele só tinha retido que tinha dedicado uma música ao CR, e não ouvi mais. assim fico com uma ideia melhor

Francisco Maia disse...

Rocketman! Burning out his fuse out here! Alone!

Mesmo assim, Shatner wins ;)

i disse...

Enoulough doesn't care, Francisco incapacitado, Tracey druida da floresta. Só eu é que vos salvo, eu e o Prla. Seus escritores de arte de sofá! pfff!

P.S. Esqueci-me de escrever uma coisa. Assim que o concerto começou pensei "Ah, já sei onde o Herman se inspira para o look". Aposto muito dinheiro em como o nosso humorista de estimação estava na audiência.

mchiavegatto disse...

Elton John? Ca pirosada!

=P

Enolough disse...

As críticas do jornal Público superam hoje o já habitual nível de arrogância para nos dizer na mesma folha e nesta sequência o seguinte:

a) o concerto de Elton John foi muito apreciado por quem lá esteve
b) mas foi muito, muito, muito mau
c) ainda assim os músicos sem mácula e o Elton John cantou tudo na perfeição
d) houve interacção com o público

Afinal que raio é isto? "Sou um gajo mais esperto que a média e por isso recuso-me a achar um concerto de Elton John bom mesmo que tenha de admitir que foi bom"?

Francisco Maia disse...

é isso que eu detesto nos jornalistas do publico. (principalmente do Y) são uns snobs pseudo intelectuais de primeira que elogiam o que tá na moda no underground nova iorquino (quer seja bom ou não) e depois papagueiam as criticas que leram nos seus blogs predilectos.

Só o João Bonifácio é que (quase) se escapa a essa regra.

E quem diz música, diz qualquer tipo de arte.

prla1983 disse...

Eu acho que o jornalismo, em geral, está a atravessar uma crise profundíssima, aliás acompanhando as restantes crises noutros domínios. O que não quer dizer que não continue a haver excelente jornalismo e fantásticos jornalistas.

Mas como sempre, a culpa é das pessoas. Se não continuarem a comprar e a consumir, forçam-se as reformas. Assim, é cada vez mais e pior, até se atingir um limite fundamental qualquer de estupidez e aberração. O qual já começo a duvidar que exista.

Cada vez mais burros e orgulhosos, hooray.

Francisco Maia disse...

não acho que seja assim tão profundo, prla. Antes pelo contrário! Acho mesmo que existe uma subcultura de conhecimento experto que não existia há uns anos.

Quando eu digo que eles "papagueiam", é pk me irrita mas a verdade é que ainda bem que alguém o faz. Vivemos numa altura em que a Internet promove os dois extremos da questão: Carolina Mickaelis e Wikipedia.

Acho mesmo que estamos numa era iluminada em relação aos anos 90. Ok que eram mais puros mas hoje a informação está a um click de distância (passo o cliché).

Não acho mesmo que na parte cultural se viva uma crise mundial. Antes pelo contrário. Acho que as pessoas começam a saber mais de música, de dança (que era tabú) de cinema e pintura. Há pouca gente que tenha internet e não consiga pelo menos aguentar-se numa conversa sobre o tema...

Quanto à burrice contraposta às benesses que mencionei, acredito que seja uma forma de escape de uma sociedade que cada vez mais pressiona o indivíduo e instiga a seriedade. Mas isso é uma história comprida.

Tenho dito ;)