terça-feira, 21 de abril de 2009

Isis - Wavering Radiant (2009)

Isis
Wavering Radiant
[ipecac 2009]

Os Isis seguem a toada do anterior In The Absence of Truth mas este Wavering Radiant causou-me melhores primeiras impressões do que o seu predecessor. As comparações, até com o seu próprio repertório, são no entanto injustas. É que chegados a 2009, esta é uma banda absolutamente tranquila, confiante, sem pressas e isso nota-se em Wavering Radiant, verdadeiramente um álbum mais que uma colecção de canções separadas.

Não está aqui uma nova sonoridade, não há caminhos novos a serem trilhados, coisa que os Isis já fizeram em boa medida no passado. Para quem gosta, este novo registo tudo tem para agradar, a não ser que estejamos à procura da parede de som sujo e distorcido de Oceanic para trás. Aí não há nada a fazer, pois Aaron Turner e amigos já não estão muito para aí virados, não obstante os momentos de peso cataclísmico que existem neste disco em doses requintadas. É que se a ideia é essa, então andam aí bandas bem mais indicadas neste momento.

As bandas realmente originais, aquelas que procuram o seu som e não se ficam pelo regurgitar incessante das suas próprias influências, têm tendência a reinventar-se periodicamente. Em casos extremos (e.g. Boris) cada álbum é um som novo, num estilo completamente diferente e mesmo antagónico do anterior. Noutras, por natureza mais calculistas mas não menos experimentalistas e destemidas, nota-se uma evolução ao longo de uma série de álbums até que a fórmula cristaliza e a banda produz um álbum que enuncia perfeitamente, com conta, peso e medida, todas as regras dessa dita fórmula. Wavering Radiant parece ser esse álbum para os Isis, como um bom vinho que estagiou o tempo certo, nas pipas certas e por fim é aberto à mesa sem esquecer a prévia decantação. Tudo pela mão de quem sabe. Assim, não me surpreenderia se o próximo álbum iniciasse outro ciclo. Até lá, é degustar este.

1 comentário:

Kitty disse...

Um artwork com um laivo muito impressionista, lembrando um pouco Van Gogh, a meu ver...