Ano de produção: 2009
Realizador: Neill Blomkamp
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt
imdb
"Estranhamente, esta nave não veio aterrar em Nova Iorque, Chicago ou Washington, mas sim em Joanesburgo, em plena África da Sul". É assim que começa District 9, uma história sobre um atípico caso de invasão alienígena, em que os aliens não queriam conquistar o mundo nem exterminar a população. Aliás, estes ETs, que chegaram há 20 anos a Joanesburgo, pareciam sim refugiados, criaturas subnutridas implorando por um lugar para viver. Foram então colocados numa área circunscrita, denominada "District 9", onde em autênticas barracas foram fazendo a sua vida como se estivessem no seu próprio país. Tiveram até direito a registo com nomes humanos.
No entanto, rapidamente se revelaram um problema para os habitantes de Joanesburgo. É que a ideia de divertimento para estes alienígenas era a destruição. Revelaram-se também pouco higiénicos, comendo tudo o que aparecia no chão e deixando um rasto de sujeira por onde passavam. Tornaram-se, então, os inimigos públicos n.º1 daquele país. De súbito, temos imagens do que nos parece um apartheid de ETs: há sinais de proibição à entrada dos "gafanhotos", como lhes chamavam, em todos os locais públicos. Mas estes "gafanhotos" não respeitam a ordem... Tornou-se então imperativo expulsá-los, colocá-los noutro guetto, mais afastado do centro de Joanesburgo.
Wikus Van De Merwe, um entusiasta funcionário de uma empresa multinacional encarregue de assuntos com aliens, é destacado para dar o aviso de despejo a todos gafanhotos do District 9. A operação corre mal e Wikus acaba por inalar uma substância que o torna, a pouco e pouco, um gafanhoto. É então que o filme passa de uma crítica social ao apartheid de África do Sul para uma análise sociológica e política virada para a ganância. É também então que descobrimos que a decisão de mudar os ETs para outra área, "com mais condições" (campos de concentração, holocausto, anyone?), não é mais que um embuste para confiscar todas as armas dos aliens, e tomá-las para os conflitos ocidentais. É então que Wikus se torna o ser humano mais precioso para a economia mundial, em especial para as empresas interessadas na sua capacidade em manejar as armas dos ETs.
Em jeito de documentário, com vários relatos de sociólogos, jornalistas e cientistas que acompanharam o caso, este é um dos mais fortes e intensos filmes sobre invasões de aliens e as suas percurssões na mesquinha e gananciosa mentalidade humana. Simultaneamente, leva-nos pela tragédia de um homem tornado insecto, fazendo-nos sentir o drama da situação ao máximo. É verdadeira a dor de Wikus. E é inevitável a comparação com a Mosca, de Cronenberg, que Neil Bloomkamp soube beber com genialidade.
Um filme obrigatório.
Veredicto: 8/10
4 comentários:
A sério? Não achei assim tão bom. Fez-me confusão a falta de informação no filme. Achei bom mas médio...
eu adorei! talvez porque não estava com grandes expectativas
um filme altamente, a abordar uma prespectiva bastante diferente da habitual dos filmes de extraterrestres
Eu fui ao cinema quase sem saber para o que ia. Fui da maneira que mais gosto de ir.
Do filme gostei, mas sou suspeito, gosto destes tipos de filmes que envolvam vida para além da terra com o mínimo de credibilidade.
Do que não gostei foi do início, gostava de ver as primeiras relações dos humanos com os extraterrestres mais desenvolvidas.
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