Da preenchida semana de exibições do Indie Lisboa 2009 havia que fazer escolhas. Escolhi ver uma sessão de curtas, a cerimónia de encerramento e o "Encounters at the end of the world", de Werner Herzog.
Da lista de curtas metragens a concurso três me chamaram a atenção: Rabbit Punch, Cosmic Station e Lögner. Da primeira podemos dizer que é uma animação com desenho interessante, lembrando esboços rápidos, e não me ocorre mais nada. Era mau, confuso e desiludiu bastante.
Cosmic Station mostrou o que eu esperava que fosse: um retrato da vida numa estação de investigação de raios cósmicos... claro que o filme é parado e nada acontece, mas é assim a vida na estação arménia que se dedica a captar e analisar essas minúsculas partículas e radiações invisíveis. E era ver os grandes cientistas a beber copos de vodka para esquecer a melancolia ou a falar da sua tarefa como se fosse a coisa mais importante que a Humanidade inteira alguma vez tentou fazer.
Os cientistas mostram-se carregados de espírito soviético ainda que a URSS tenha caído deixando a ferrugem apoderar-se da estação de raios cósmicos. E parecem esperar soluções para as grandes questões do cosmos como aqueles personagens que esperavam Godot. Amanhã continuaram a esperar, e o assistente continuará a estender cabos como fez ao longo da deliciosa meia hora de filme.
Quanto a Lögner ( = mentiras) foi simplesmente sublime. Não era uma mas sim três curtas animações unidas sobre um tema comum. Cada uma das animações apresentava desenho completamente diferente e todas as três eram interessantes do ponto de vista da narrativa (alucinantemente rápida e numa sequência que fazia lembrar as melhores montanhas russas) e das soluções visuais. Vejam com os vossos olhos a primeira das três curtas de "Lögner".
Para os interessados no trabalho do realizador (Jonas Odell): filmtecknarna.se
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